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5 meses

Sem muita novidade, amigos de sempre, bar de sempre e as conversas... sempre as mesmas conversas. Saí de casa assim, esperando mais uma noite quente de novembro igual a todas do ano todo, realmente foi assim até meados da meia noite, quando uma mão repentinamente tampa meus olhos.
Indescritivel a sensação, acho que ninguem gosta de suspense, não pelo menos até finalmente acontecer. Me senti a beira de um ataque de nervos, tantos planos antes de dormir, tantos sonhos acordada e agora na eminência de uma história boa, com pressentimento da decepção. Não pensei em nada e me concentrei em entrar na brincadeira e descobrir pelo tato, pelo cheiro.
Peguei na pontinha dos dedos, dedos gordos, mão de homem, homem sem unha, será que rói as unhas? Prefiro não arriscar no palpite e continuo seguindo os braços, no punho uma pulseira fininha, podia ser do senhor do Bonfim, bem gasta e os braços quentes, cheios de pêlos grossos.
O burburinho em volta juntamente com as risadinhas enunciavam que iria me divertir com a surpresa. Prefiro não arriscar e fico parada, gelada, intacta, sem sorrir e nem chorar.
- Sou eu meu amor!
Diz uma voz grossa, em tom de brincadeira.
- Então me deixa ver seu rosto!
Com força a mão me puxa, deixando corpo a corpo, continuo sem abrir os olhos, na esperança de prorrogar a felicidade que só a duvida já trazia.
- Oi! é você?
- Quem achava que fosse?
- Você mesmo.
- E por que essa cara de merda?
- Por que acabou a cerveja. Senta aí, pede uma pro garçom e me conta: Onde andos nesses ultimos 5 meses...

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indo...

descubro a verdade, deixo acabar, escuto toques de telefone na madrugada, faço novos amigos, vou a festas, ouço musicas novas, tomo drinks diferentes, desabrocho sorrisos largos, curo ressacas, testemunho um crime, vejo crianças nascer, vejo homem sendo preso, vou a festas de aniversário, visito doentes no hospital, termino um livro e começo outro, compro um carro, mudo de emprego, troco de telefone, faço viagens, vejo filmes, mexo no computador, compro novas lingeries, pinto a unha de cores novas, experimento azeitona, vejo amores começando, escuto dores, ouço propostas indecente, recuso propostas decentes demais, descubro formas de dizer não, encontro pessoas antigas, aumento distancias, não consigo dormir, acumulo pensamentos, aprendo a entender que você nunca esteve aqui.

você está

no meio da rua, na Vaga da garagem, na tela de email, na mesa ao ladO, no cardápio do restaurante, nas Chamadas do celular, no outdoor, no facEbook, dentro da geladEira, no porta níquel, no panfleto do carrefour, na capa do cd, na foto atrás do cigarro, na cor do eSmalte, na escolha da pizza, na risada do fim de Tarde, na noticia do jornal, no amArgo do café.

Atrasado

Minutos além e demora demais Eu não sabia que precisava avisar Não sei se vou esperar Horas passadas de tranquilidade De mãos dadas com a preguiça E eu tenho pressa, meu amor, de chegar Dias de pensamentos trocados Medo do novo que vejo chegar sozinha, minha paixão, já passou o tempo de ficar Meses de primavera a vista Florecendo emoções e corações cansados que nem insistem em pulsar Anos de luz na lanterna dos afogados Só aguardando o instante certo para segurar o ar e se jogar