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Mostrando postagens de outubro, 2009

E se...

E se todo mundo gostasse dos seus filmes? Como poderiamos discutir o que sentimos e o que achamos sobre os temas mais diversos? E se todos os shows fossem recordes de bilheteria? Como ficariamos anônimos, quietinhos aproveitando o momento? E se todas suas viagens fossem curtas e passassem rápido? Eu não sentiria saudade e nem poderiamos mata-la, como aquela da última vez. E se todas as noites as crianças dormissem cedo? Nossos beijos seriam as claras e provavelmente não teriam graça alguma. E se nossos chefes fossem sempre bem humorados e não nos estressasem? Suas costas nunca mais doeriam e eu não faria aquela massagem com óleo jonhson que você sente tanta cócega. E se a cerveja não acabasse no meio da noite? Não iriamos fugitivos de mãos dadas até o posto mais próximo reparando como a lua está bonita. E se nossos exs nunca mais nos ligassem e fossem juntos passear no espaço? Como você poderia fazer aquele biquinho lindo, no meio do supermercado? E se a vida fosse perfeita e não exist

Meu

Não sei bem explicar, mas tenho certeza que você é meu. Mesmo tendo dona, sempre foi e sempre será meu. O sentimento é certeiro, não tem pressa e pode demorar um dia, um mês, um ano ou a vida toda, pode até ultrapassar a vida, nem ligo. Tudo que viver, mesmo longe de mim, não modifica nada. Você pode ficar com quem quiser, namorar, engravidar, casar, morar fora e até sofrer, pra sempre meu será. Não temos culpa, precisamos viver, temos sede, mas sempre com a certeza de que temos um ao outro, se não no mesmo caminho de mão dadas, em caminhos paralelos que vão chegar sempre no mesmo lugar. Vai na paz, faça sua vida, cresça e aprenda o inevitável, evolua e venha me ver. Tudo isso só vai servir pra te preparar melhor pra mim.

Caverna de Platão

Era uma caverna escura, dessas de filme de medo. Tão escura que ninguem se via, escuridão maligna. As pessoas que lá estavam mal conseguiam se enxergar e a todo tempo se perguntavam: O que fiz para merecer estar nesse lugar? Muito preocupadas com o porque de estarem ali, sabiam que algemas prendiam seus pés e sonhavam com a luz que vinha lá de longe, a única esperança de escapar. Quando no auge do desespero, onde pensava não aguentar mais, uma luz surgiu no cantinho do olho e num suspiro frio avisou que olhasse para baixo. Não haviam mais algemas, mas a escuridão não deixava enxergar que o aprisionamento era puro e simplismente mental. Sem fazer alarde, vou saindo de fininho, morrendo de medo de voltar para lá voltar, caso a luz acabe outra vez. inspirado no sonho acordado de M.A.

Parede de vidro

Lapsos de consciência. É como se no meio da viagem de reconciliações, amor, destino e fantasias num futuro encontro, uma verdade de repente surgisse. Como um raio, a sensação que chega a ser física, sinto no corpo que não dá mais. É algo maior que a vontade, maior que o desejo, é simplismente a realidade. Estranha realidade que contrasta com todo o romântismo. Como se fosse uma parede de vidro onde consigo até sentir o cheiro do quanto poderia ser bom. É tão gostoso de olhar, é o encaixe perfeito do eu com o que planejo me tornar, com o que mais gostaria de ter e ser. Mas se não fosse o vidro a separar... Maldita parede. Peço desculpas a mim mesma e assumo definitivamente que não pode ser.

Maior que eu

O amor maior que eu nunca foi pequeno, mas só tende a crescer. Cada segundo que passa, cresce junto e quando você acha que parou, lá está ele, incrivelmente maior. Você nem acredita, não tem mais pra onde crescer , já ocupou todos os lugares e já entrou por todos os buracos, mesmo assim só aumenta. É tão suave e refrescante que envolve o pé, tornozelo, pernas, quadril, braços, cabeça e entra com tudo no coração. Se instala. Impossivel lembrar como era antes de existir, acho que sempre esteve ali. Não sei quanto de mim ha em você, mas você está completinho em mim.

Lá é longe daqui

Aos pouquinhos O mar se transforma em um aquário bem pequenininho A selva vira o zoológico aqui pertinho E o país entra dentro da minha cidade, meu cantinho. Bem devagar O ar fica mais limpo As idéias mais claras E o sorriso mais fácil. Sem me apressar Vejo o relógio correndo solto Vejo a noite se transformando em dia E vejo ninguem a reparar. Lentamente, te vejo passar Sem a menor vontade de te seguir Sem nem ao menos pensar onde vai Sem nada para dizer, deixo para lá.

Seu cheiro

Seu cheiro sai de você. Ansiosamente espera que alguêm abra a porta e com todo cuidado desce as escadas. Ao chegar na garagem, olha para a janela esperando que tenham notado sua falta e fugitivamente ultrapassa o portão. Enfim livre. Por todos os lados, outros cheiros se misturando mas o seu decide ir passear, chega na avenida e tenta se lembrar do caminho que voçê faz todos os dias. Onibus vermelho, é esse! No caminho o cheiro de uma mulher senta ao lado, mas incomodado ele abre a janela e olhando a paisagem deixa a brisa do mar se aconchegar. Seu cheiro misturado com a praia. Nesse estado, o seu cheiro de domingo de praia, desce em outra avenida, atravessa a rua, aproveita a entrada de carros aberta, sobe o elevador, quase se perde no corredor mas acha a porta. Enfim em casa. Entra em meu apartamento, toma conta da sala, varanda, quartos e cozinha, dentro do guarda-roupa, embaixo da almofada do meu sofá novo. E eu? Eu faço cara de que não reconheço e continuo a me espreguiçar.

Distração

Estavam os dois distraidos. Cada um na sua. Quando se conheceram, nenhum sino bateu. Muitos assuntos em comum, muitas histórias parecidas. A curiosidade de saber um novo ponto de vista era o que reinava, a conversa fluia livre, leve, quase com admiração, quase com respeito. Risos sonoros e piadas com o drama. Assim se seguiram os dias, agora com encontros mais frequentes, a intimidade crescia e o prazer tomava conta. Era bom, gostoso se esbarrar. Ficava nítida a reciprocidade, sorriso estampado, parecia não haver mais ninguem na rua, parecia que os dois haviam saído de casa para tal ocasião. Um dia a lua estava cheia, o ar meio úmido e um calor fora do normal e os dois se encontraram sem querer mas não olharam na mesma direção. Desde então tudo mudou, a alegria virou ansiedade, o abraço sufocante, o sorriso soava falso... Cada pensamento de bem querer e cuidado com o outro foi se tranformando em angustia e pessimismo, um silêncio velado. O ar ficou pesado, denso e o tempo demorava a pa