... Clarinha não pensou duas vezes, abriu a porta meio rápido e deu de cara com ele, sentado no chão.
A casa era estranha, parecia suja, mas eram as paredes mal pintadas que traziam uma sensação terrível de desconforto. No meio da sala entre almofadas, revistas, livros, cigarros e meio copo de alguma bebida vermelha, estava o rapaz: cabelos raspados, ouvia musica no ipod e anotava informações, como era de costume fazer.
- Vim assim que pude. Aconteceu alguma coisa? O que pode ser tão urgente?
Martin tirou os fones de ouvido e a convidou para entrar:
- Sente-se comigo, preciso te mostrar uma coisa.
Delicadamente ela fechou a porta e tirou os sapatos, deixou seu allstar ao lado do dele e seguiu em direção a varanda. Foram os maiores cinco passos que deu em sua vida, entre lembranças e curiosidade, foi filmando todo o lugar. Enfim sentou na sua frente e perguntou se podia abaixar o som.
-Cortei meus cabelos, como símbolo da nova pessoa que me tornei. Aluguei esse apartamento que é o ícone da minha independência e agora só falta você - disse Martin olhando fixo em seus olhos.
Clara mexeu nos cabelos e um calor súbito arrancou-lhe o cachecol. Não devia ter entendido direito. O que esse doido queria dizer com mudar de pessoa, independência e ela, já que a falta de afinidades os havia separado ha tanto tempo?
- Martin, minha vida está muito diferente, não tenho tempo para seus joguinhos de adivinhação. Diga logo o que quer de mim, pois tenho muitas coisas para fazer ainda hoje. Você sabia, por exemplo, que nosso filho esta precisando de cuecas novas? - Começou a descarregar todo o discurso que havia preparado ha tempos e compulsivamente falava da sua vida, da de Martin, do filho. Levantou-se, lembrando do episódio em que teve que voltar para a casa da sua mãe e das contas que tinha para pagar no final do mês, caminhou até os sapatos e os vestiu. Um minuto de silêncio.
Ao abrir a porta Clara, mesmo sem querer foi sugada pelo olhar de Martin, sabia que o que tinha era medo e qualquer meio de aproximação de Martin a causava um imenso frio na barriga que nenhum outro homem já causou. Despediu-se...
A casa era estranha, parecia suja, mas eram as paredes mal pintadas que traziam uma sensação terrível de desconforto. No meio da sala entre almofadas, revistas, livros, cigarros e meio copo de alguma bebida vermelha, estava o rapaz: cabelos raspados, ouvia musica no ipod e anotava informações, como era de costume fazer.
- Vim assim que pude. Aconteceu alguma coisa? O que pode ser tão urgente?
Martin tirou os fones de ouvido e a convidou para entrar:
- Sente-se comigo, preciso te mostrar uma coisa.
Delicadamente ela fechou a porta e tirou os sapatos, deixou seu allstar ao lado do dele e seguiu em direção a varanda. Foram os maiores cinco passos que deu em sua vida, entre lembranças e curiosidade, foi filmando todo o lugar. Enfim sentou na sua frente e perguntou se podia abaixar o som.
-Cortei meus cabelos, como símbolo da nova pessoa que me tornei. Aluguei esse apartamento que é o ícone da minha independência e agora só falta você - disse Martin olhando fixo em seus olhos.
Clara mexeu nos cabelos e um calor súbito arrancou-lhe o cachecol. Não devia ter entendido direito. O que esse doido queria dizer com mudar de pessoa, independência e ela, já que a falta de afinidades os havia separado ha tanto tempo?
- Martin, minha vida está muito diferente, não tenho tempo para seus joguinhos de adivinhação. Diga logo o que quer de mim, pois tenho muitas coisas para fazer ainda hoje. Você sabia, por exemplo, que nosso filho esta precisando de cuecas novas? - Começou a descarregar todo o discurso que havia preparado ha tempos e compulsivamente falava da sua vida, da de Martin, do filho. Levantou-se, lembrando do episódio em que teve que voltar para a casa da sua mãe e das contas que tinha para pagar no final do mês, caminhou até os sapatos e os vestiu. Um minuto de silêncio.
Ao abrir a porta Clara, mesmo sem querer foi sugada pelo olhar de Martin, sabia que o que tinha era medo e qualquer meio de aproximação de Martin a causava um imenso frio na barriga que nenhum outro homem já causou. Despediu-se...
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